la délicatesse.

Talvez minha estadia fora de casa nos últimos 2 anos tenha servido para gerar mais questões dentro de mim, do que propriamente responder algumas outras pré-existentes. Buscar respostas foi o grande segredo. No entanto, não podem ser proferidas como acontece normalmente, mas sim sentidas com o coração, mente e espírito (referências daquilo que possuo de mais sensível). A sensibilidade neste tempo também aflorou/aflora. Sensibilidade presente na saudade e na recepção. Estar fora é enclausurar-se dentro de si mesmo. Experimentar a liberdade também tem mostrado o lado da prisão exercida pela saudade. A caneta de tinta aquosa corre pelo papel no desejo que essa corrida fosse me levar para o lugar que almejo. Corre contra a saudade, corre contra a tristeza, corre contra tudo, porém essa corrida me deixará com vontade de um dia voltar.

Novamente a avalanche. Hoje ela surgiu com a passagem do comboio em Espinho. O mar com suas ondas e imensidão, trouxe em sua espuma branquinha, a indesejável saudade . Na mesma intensidade com que a água se remexia, quebrantava meu coração a cada onda que desaparecia na costa. A areia por sua vez, entrou no olho, que obrigado libertou uma lágrima. Aqui parece sempre maré alta. Cheia de saudade, lembranças e desafios.