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Mostrando postagens de fevereiro, 2021

Aba de rascunhos

Na aba de rascunhos, um mundo guardado.  Terreno protegido revelado aos poucos. E que quando decide vir à tona, vem em detalhes. Na aba de rascunhos, uma espécie de limbo dos pensamentos. Alguns completos.  Outros por finalizar. Na aba de rascunhos os inquilinos são quereres, desejos e sonhos. Os quais, sobre a aba de rascunhos, Esperam de verdade viver fora dela.

Processo

Há dias vem processando Tudo o que cabe no processo Por vezes com urgência Por outras, com latência. Até agora, Processo é paciência É resolução das coisas de fora E revelação do que rola aqui dentro. Processo é meio Daquilo que começou com a expectativa pelo melhor dos finais. Processo é nó  Querendo desatar. Processo é chance De fazer diferente De viver diferente De sorrir diferente também.

Memorável

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Junho '94   Na caixa vermelha , guardada no topo da estante, moram lembranças.  Algumas unicamente registradas, armazenadas e salvas ali, como um tesouro.  Outras, por sua vez, com uma extensão para além do papel fotográfico.   Memórias. Lembranças. Recordações. De pessoas. De momentos. Mas o que faz algo ser inesquecível? O que posso dizer é que hoje uma surpresa , assim de repente, se fez memorável . Sem roteiro ou controle. Mas extremamente simbólica, considerando os últimos tempos e acontecimentos. E nessa onda sobre criar novas memórias,  Resgatar momentos passados Ou - lamentavelmente - esquecer episódios vividos, Aqui escrevo. Não importa qual o sentido isso terá, pois quero apenas aqui registrar uma memorável surpresa .

rara

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Assim se traduz Um verdadeiro misto de significados entre dois idiomas O que a tornam esquisitamente incomum Pelo o que sente Pelo o que é Pelo o que vive E pelo o que sonha também. E desde o seu nascimento já diziam Sensível, intuitiva, sonhadora e romântica Prática, objetiva, cética e crítica. Coexistência que para si mesma sempre gerou estranheza. Mas é assim, com o seu lado de vanguarda, moderno, diferente Como também no seu eu mais conservador, antigo e reservado Que se faz rara .

atento

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Ruas que falam. Avenidas que comunicam. Becos que dialogam. Uma geografia que reúne letras.  Uma paisagem que forma palavras. Ao final, dão sentido e espaço para aquilo que necessita ser compartilhado. Por vezes, os habitantes encontram-se distraídos, desinteressados. Por outras, os moradores que passam naturalmente apressados, não percebem. Apesar disso, estão lá, pois ainda há esperança de existir alguém atento.   Aveiro - Porto - Leiria  

Frequências

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Ao longo dos dias, um frequente exteriorizar. Vão daquilo que é sentido, percorrem o que é vivido e se instalam no que é lembrado. Frequentes gatilhos que provocam a escrita, assim como tudo o que há aqui dentro. Mexido. Remexido.  Frequentemente.  Frequências?  Inúmeras. A frequência acelerada que pode preceder um encontro. O pensamento que frequentemente teima em habitar outro lugar. O preenchimento dos minutos, horas e dias com  conversas e risadas frequentes. A coincidência que só pode ser explicada pelas mentes sintonizadas na mesma frequência. Ao final - e ntre tempestades e dias claros - a frequente necessidade de estar aqui.
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“Trago dentro do meu coração,  Como num cofre que se não pode fechar de cheio,  Todos os lugares onde estive,  Todos os portos a que cheguei,  Todas as paisagens que vi (…)  E tudo isso, que é tanto, é pouco para o que eu quero”  Trecho de Passagem das horas Fernando Pessoa

infiltrar

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Porto - 2014 É sentimento que flui por um caminho que conecta o peito à mente.  Semelhante à água, é também difícil de conter.  Tapam-se frestas, fecham-se rachaduras.  Impermeabiliza-se tudo ao máximo possível.  Ainda assim infiltra, enche, escorre e impregna sem a gente perceber.  Ou, na maioria das vezes, mesmo percebendo não nos preocupamos em nos ensopar. Mas esse sentimento uma hora seca?  Sim.  Não.  Talvez. Independente disso, terá valido muito a pena   se molhar um pouco.