Adormecida, há muito tempo guardava sua essência para uma nova estação. Em meio ao outono, despretensiosa e inesperadamente, floresceu. Diante da rega singular, presenciou e acolheu os gestos de carinho e cuidado com cada uma de suas pétalas. Se enraizou perante às canções especiais, às palavras sinceras e às intenções graciosamente sussurradas. Assim aos poucos, foi (re)tomando cor, forma e significado. Nesse tempo, pôde alegrar e alegrar-se. Pôde admirar e ser admirada. Da mesma forma também, foi capaz de confiar e, consequentemente, partilhar o seu perfume todos os dias de lá pra cá. Com a vinda do frio, contrariando novamente as regras, manteve-se sempre assim: presente, crescente e sólida. De repente, pouco antes da chegada da e stação mais bonita, a rega cessou. Por ora ou para sempre? @_augustobm