Extremidades
"Hands" - Le Lihuai |
Extremidades que experimentam extremos.
Experimentam a segurança do andar lado a lado,
dado o amparo por entrelaçar extremos.
Em contrapartida,
na maioria das vezes trêmulas,
experienciam um perambular solitário e incerto.
Extremidades sempre frias quando soltas por aí
ou pelo menos até o momento de encontrar a extremidade quente desejada para se assegurar.
Orquestradas com a mente e o coração
essas mesmas extremidades lidam com sentimentos extremos.
Secam lágrimas.
Afagam sorrisos.
Memorizam gestos feitos por outros.
Acariciam a saudade em meio a necessidade do toque.
Destroem e constroem
nos momentos de surto,
plenitude,
inquietação
e calmaria,
não necessariamente nessa ordem.
Expõem e escondem
o desejável e o inoportuno,
não necessariamente conscientemente.
(Des)tapam olhos, boca e ouvidos.
Entrelaçam-se cada dia mais com isso tudo
e o que manipulam é um paradoxo entre agarrar com força
e escapar por entre os dedos.
Em busca daquilo que não sabem exatamente,
rolam feeds,
folheiam páginas,
tateiam o entorno
mas é algo que está lá,
um extremo complementar.
E agora, dão forma a essa catarse,
como há muito não ocorria.
P.S. No final, também, entendem que acabam por segurar - infelizmente - a ponta mais fraca da corda.
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