sentimentos que se acumulam sem respostas

domingo à noite
e a mente trabalha na indagação:
para quem eu escrevo?
por que eu escrevo?

tenho escrito uma série de cartas
todas elas com destinatário certo
mas dessa vez, nenhuma delas foi para ti.

sinto que já reuni inúmeras palavras 
sinto que já reuni palavras inúmeras
sob a forma de escrita
sob a forma de fala
sob a forma de ação
porém, todas elas sem resultado algum.

afinal, para quem eu escrevo?
e por que cargas d'água eu ainda escrevo?
já que materializar tudo isso em palavras também não tem sido uma tarefa fácil,
tanto pela dificuldade em organizar o caos e os cacos,
quanto pelo vazio da folha em branco que é reflexo do meu coração.

e nessa escrita o que encontro é um eco,
pois não há resposta alguma do outro lado,
apenas sinto reverberar,
apesar da ponta de esperança de que ao gritar ao vento um dia apareça uma resposta.

no impulso, a vontade de escrever se esvai.
no impulso, a vontade de telefonar me sufoca.

mas, ligar para que?
e dizer o que?
e o pior, fazer o que?

Comentários